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>> Colunistas > Marco Antônio Coutinho (Mac) Obsessores e...obsessores Publicado em: 06 de setembro de 2007, 13:44:40 - Lido 2862 vez(es) Oi, pessoal, Buenas, Roque Davi, Roque escreveu: "(...)Antes de querermos nos livrar de obsessores, poderíamos nos perguntar... não seríamos nós, desde já, verdadeiros obsessores de alguém?(...)" R - Bem pensado. Mas há também um outro ponto importante, em relação a obsessores. Em geral, quando se fala neles, ou se pensa a respeito deles, as pessoas pensam em espíritos desencarnados, sofredores, espíritos de porco, zombeteiros, implicantes, etc. Enfim, sempre espíritos desencarnados que, de alguma forma, atrapalham. Mas não custa lembrar que assédios e obsessões nem sempre são humanos. Há energias semi-conscientes, de origens diversas, ou consciências outras, que não são de origem humana, e parecem ser de linhas "evolutivas" diferentes, e tudo mais. Alguns terapeutas chamam, de forma genérica, "energias intrusas" a esses desagradáveis convivas. Os antigos magistas os chamavam "embrionatos". Dentre esses não-humanos, no entanto, há alguns QUE NÃO VÊM DE FORA. Vêm de nós mesmos. São emanações de nós mesmos, que utilizam nossa consciência, criando um simulacro de consciência própria. E nos vampirizam. Perturbam. Induzem-nos à desarmonia e, muitas vezes à doença. São as chamadas "larvas endógenas", agressores que atacam por dentro, por mais protegidos que estejamos por fora. Assim sendo, a meu ver, uma das melhores formas de minimizá-los, ou terminar com o seu assédio, é a auto-reforma. Que passa pela meditação, pelos exercícios psicofísicos sim, mas não exclui (e mesmo pode demonstrar ser muito necessário) as formas modernas de psicoterapia. Porque tais larvas "nascem", no mais das vezes, de nossos próprios padrões mentais, emocionais, etc. Assim, considero o psicoterapeuta um verdadeiro exorcista, uma espécie de xamã contemporâneo, e alguns (poucos) deles, inclusive, têm consciência disto. Há pessoas que, equivocadamente, pensam coisas como "eu sou espírita", ou "sou membro da ordem tal" e coisas assim, "portanto, não preciso de psicoterapia". Pensam que psicoterapia é para os pobres ateus, agnósticos e outros depossuídos de Deus ou dos deuses. Mas não. A psicoterapia é uma verdadeira riqueza, mais do que um elementos terapêutico formal, mas também um apoio inestimável para o auto-aperfeiçoamento, o equilíbrio e a inteireza. Conheço alguns espiritualistas que se divertem em apontar o dedo indicador para as religiões formais, institucionalizadas, enquanto o polegar cochila, e os três outros dedos apontam para si mesmo, para o seu próprio religiosismo travestido de espiritismo, espiritualismo, esoterismo ou ocultismo. Vou mais longe. Mesmo no que toca a trabalhar obsessores "externos" e larvas exógenas, a psicoterapia pode ser um apoio inestimável. Porque nenhum desses elementos vem por acaso. Eles se chegam a nós por sintonia. Nossas emoções, pensamentos, atitudes, vícios, etc, os atraem. Lembram do genial romance "Drácula", de Bram Stoker? Na história, o vampiraço é poderosíssimo, mas não consegue entrar em nenhuma casa se não for convidado por alguma pessoa que esteja nela. Em geral o mais fraco, influenciável ou tolo da casa. Com obsessores e quetais (sejam eles espíritos, larvas, embrionatos, ou o que seja) é mais ou menos assim. Se estivermos com nossas emoções, nossos processos internos e, principalmente, com nossas relações consciente/inconsciente em dia, estaremos não apenas melhores, mas também mais fortes e menos vulneráveis. E o processo psicoterápico pode ser, e em geral é de grande auxílio. Abraços, Mac -- Marco Antônio Coutinho (Mac) macdrg@iis.com.br
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