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A Teoria das Bolhinhas Flutuantes
Publicado em: 04 de setembro de 2006, 17:20:27  -  Lido 3033 vez(es)



A Teoria das Bolhinhas Flutuantes
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O mundo físico é como um oceano - grande e calmo como um mar...

E existem muitas bolhinhas, boiando nas espumas deste mar.

Estas bolhinhas possuem formas variadas, e tendem a ficar junto com as
demais bolhinhas parecidas com ela.

É muito bonito de ver, aqueles grandes apanhados de bolhas boiando juntas
aqui e ali, na vastidão do mar.

Mas como não seria nada bom a gente existir para sempre num mundo onde todas
as coisas são obrigadas a envelhecer e a se estragar, cada bolhinha - depois
de um bom tempo boiando no mar - estoura, e sua película colorida se desfaz
em espuma, que volta a fazer parte da grande água do mar.

Mas aquele ar especial que existe dentro de cada uma delas nunca se mistura
com nada, e por ser muito leve, sobe em direção ao céu, logo que se vê
solto.

Enquanto sobe, o arzinho passa por uma linha no céu, chamada de Linha do
Esquecimento, que é pra ele não levar saudades nem tristezas, lá pra onde
ele vai (na hora certa ele vai lembrar de tudo que precisar).

Chegando lá, este pequeno sopro aprende a voar de um lado para o outro, ou
então se agrupa a alguma nuvem (que na verdade são grupos de outros pequenos
sopros, antigos conhecidos seus, que se juntam para brincar) e fica
existindo lá, que nem existia aqui.

Mas lá também, com o tempo, aqueles sopros começam a ficar pesados, e quando
ficam MUITO pesados, começam a descer de volta para o mar.

Durante o caminho, eles, para se protegerem aqui no mundo físico, já vão
tomando novamente a forma de bolha, muitas vezes do mesmo tipo que eram
antes.

E não tem jeito: também na descida eles passam outra vez pela velha linha do
esquecimento...

Mas mesmo assim, enquanto vão descendo, vão dando um jeito de cair bem nos
lugares onde existem bastante bolhas do mesmo tipo deles, pois assim vão ter
mais chances de voltar a encontrar todos aqueles que conheceram e que amaram
na sua última visita.

Assim, pode-se dizer que a pequena bolha vive aqui em baixo quando não está
sendo sopro, e o pequeno sopro vive lá em cima, enquanto não está sendo
bolha. Seus amigos uma hora estão aqui, outra hora estão lá, mas todo mundo
está sempre se encontrando, nesse vai-e-vem.

E essa brincadeira toda dura muito, muito tempo.

Deu pra entender? Então vai dormir, que eu quero acabar de ler o jornal.


Bene Cohen
--
Benedicto Cohen (Bene)
beneluxbr@yahoo.com.br


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