|
>> Colunistas > Adriana Splendore Síndrome do Pânico Publicado em: 05 de fevereiro de 2009, 19:33:24 - Lido 3151 vez(es) A primeira classificação oficial da Síndrome do Pânico ocorreu em 1980 e foi publicada pela Associação Americana de Psiquiatria, e vem tornando-se uma doença cada vez mais conhecida e estudada. A síndrome do pânico faz parte dos transtornos de ansiedade, juntamente com as fobias. O indivíduo começa a reagir no momento da crise como se estivesse acontecendo algo muito ruim com ele ou com alguém que ama, os sintomas no físico são incontroláveis, porém os exames tradicionais da medicina não diagnosticam absolutamente nada. Nas pessoas com crise de pânico instala-se o que chamamos de medo do medo, Isto é medo que a crise retorne e com eles seus sintomas. O medo é um produto da imaginação exagerada,que fecha os corações, entorpece os sentidos e cria fantasmas na mente. Geralmente pessoas extremamente produtivas costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres, são bastante exigentes consigo mesmas, não convivem bem com os erros e frustrações, tem tendência a se preocupar excessivamente com os problemas, criam uma auto imagem negativa , são perfeccionistas e tem uma necessidade de estar no controle de tudo. O organismo e a mente ficam esgotados por causa do stress e são perseguidas pelas cobranças internas, preocupações que ficam remoendo internamente. Vão ficando assim muito amedrontadas, dando apenas um jeito de ir levando as coisas, frias e mortas como se estivessem paralisadas numa camisa de força. São os distúrbios emocionais sacrificando o corpo físico. Normalmente os relatos mostram que durante a crise a pessoa fica pálida, uma fraqueza nas pernas, há uma sudorese excessiva, falta de ar com dores no peito, tremores, náuseas, tonturas, e até mesmo uma palpitação no coração, o que leva a pessoa a achar que vai morrer. A partir dessas crises começam as limitações da vida cotidiana, a pessoa começa a evitar lugares com muita gente como supermercados, shoppings, algumas não conseguem mais ficar sozinha, ou não conseguem mais entrar num elevador, medo de dirigir, e passam a não mais sair de casa gerando uma fobia denominada Agorafobia, precisam sempre de alguém fazendo companhia e assim não conseguem mais ter uma vida normal. Qualquer estímulo interno como uma dor,um barulho,um cheiro, uma tontura, entrar no metrô, num túnel pode remeter à situação das crises anteriores e desencadear uma nova situação de pânico. A vida começa a ficar limitada e com isso vai comprometendo sua vida pessoal e profissional. Precisamos observar também o que chamamos de stress pós traumático, após um assalto, seqüestro, acidentes, a pessoa tem a forte sensação de que vai reviver a situação a qualquer momento , e sofre com tudo que lembra o ocorrido, gerando medos imaginários. Na Síndrome do Pânico o perigo vem de dentro e vai paralisando a vida da pessoa, é como se a imaginação só relembrassem dos acontecimentos ruins, só conseguem estabelecer vínculos com outras pessoas por meio do que há de mais negativo. Essa síndrome está sendo associada aos quadros de alta ansiedade e também a depressão. Na ansiedade a pessoa começa a gerar muita energia na mente, pensamentos imagéticos (que não existem) e assim geram uma agitação interna. Esses pensamentos podem retornar a mente ao passado com frases: Quando eu morava naquela casa eu era mais feliz, se eu tivesse feito aquele curso hoje estaria melhor, naquele tempo tudo era melhor... Ou ansiedade antecipatória (quando tentamos controlar o que ainda vai acontecer): e se a gasolina acabar, e se eu for mandado embora do emprego, e se eu não pagar minhas contas, e se alguém que eu amo vier a falecer, e se eu morrer.... Todos esses pensamentos que não existem estão consumindo uma energia absurda e com isso gerando, inseguranças, cobranças emocionais interiores, preocupação,nervosismo, baixa estima, e os medos, que se transformam rapidamente em pânico se não forem elaborados. O importante é começar uma percepção dessas emoções, os sintomas do pânico são intoleráveis enquanto não compreendidos. A conscientização de como são as suas reações, do funcionamento das crises e da entrada dos pensamentos catastróficos na mente, permitindo a criação de uma atitude construtiva superando o medo.O primeiro passo é mostrar como a própria pessoa pode influenciar seus estados internos. Fazer um diálogo interior em vários momentos do dia para observar esses pensamentos, e quantas vezes ele aparece na mente. O diálogo entre razão e emoção quais destas estão no conceito correto e neutralizar os incorretos, isso é a inteligência emocional. O segundo passo é começar a validar ou invalidar esses pensamentos, os limites que precisamos estabelecer para tudo, pessoas e situações. E num terceiro momento observar se as reações estão proporcionais ao fato ocorrido, ou se estamos exagerando, criando verdadeiros dramalhões mexicanos. É necessário integrar o corpo com as sensações e sentimentos que podem estar sendo gatilhos para disparar a crise e assim superar estados internos de desamparo e medo. Precisamos também investigar o histórico desse indivíduo, que pode ter assimilado um medo muito forte na infância, ou conviveu com pessoas medrosas e isso permanece na estrutura inconsciente. É comum pessoas com pânico terem tido influência de alguém na infância que ao invés de acalmarem, acolherem, a deixavam mais assustada a cada pequeno incidente como uma doença, um machucado, uma dificuldade. Esses medos inconscientes estão ligados ao sistema nervoso autônomo ou seja as reações que não controlamos e com isso sobrecarregar nossas defesas. O funcionamento químico do cérebro é totalmente influenciado pelo que pensamos e sentimos Uma noite mal dormida, excesso de bebida, fumo, alimentação inadequada podem impedir a fabricação de serotonina ( que é o neurotransmissor que dá sensação de bem estar e saciedade) e desencadear o pânico. O coração vai se alterar, é comum a sensação de que a morte está muito próxima, falta de ar , confusão de pensamentos parece que ela está vivendo uma outra realidade. Na verdade internamente faltou oxigênio, faltou glicose, os neurônios não foram suficientemente reabastecidos naquela região dos circuitos neurais. É comum os depressivos terem uma baixa circulação de serotonina, justamente a substância que combate o stress, com a sua carência podem gerar as compulsões. O depressivo sempre exagera. Outros fatores a serem também tratados é quanto a nossas carências de vitaminas e minerais. A vitamina C, por exemplo, é importantíssima para o cérebro, pois faz parte da formação dos neurotrasmissores, por isso a ausência dessa vitamina pode provocar ansiedade e depressão. E mais quando as células nervosas do cérebro passam a trabalhar demais em função do medo, as mitocôndrias acompanham o ritmo e começam a consumir mais Cálcio, Potássio e Magnésio, que são minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Também o mineral Cromo, que tem muita importância no metabolismo da glicose. Antigamente, quando se falava em glicose só lembrávamos do diabético, mas hoje sabemos que a glicose é o principal alimento do cérebro. Portanto se o metabolismo da glicose não for muito bem feito no cérebro, haverá problemas de ansiedade, depressão e outros distúrbios. Temos também o mineral Lítio que é um regularizador do humor, bastante utilizado no tratamento da depressão e dos pensamentos obsessivos. Todos os que estão passando por distúrbios de comportamento devem experimentar uma forma mais natural e eficiente de recuperar a saúde mental. O tratamento deve promover uma integração entre corpo, mente e bioenergia, levando a um auto conhecimento, decodificando o inconsciente, a busca de soluções e superação do medo. A mente pode ser programada, a inteligência é um processo a ser desenvolvido, fazer uma visualização negativa vai atuar na estrutura psíquica do cérebro. Trabalhar com imagens negativas é uma forma de magia mental negativa, e a pessoa sempre vai ser a maior afetada. Podemos fazer uma mudança do estado interior e transformar uma agitação mental num estado de calma. Normalmente as pessoas que sofrem com a síndrome do pânico são pessoas extremamente sensíveis e que precisam desenvolver essa sensibilidade, isso pode ser feito através de visualizações, meditações, usar a intuição no dia a dia, a intuição não é só mística, mas sim uma captação da realidade, perceber os ciclos em que estamos com baixa de energia, ou ao contrário estamos com nossa vitalidade no máximo . É preciso restabelecer o equilíbrio energético de todo o organismo. O bem estar está também nas idéias e ações, e não só no corpo. É preciso estar com a mente aberta, viver a vida no presente, com plena confiança, sem nunca duvidar que o melhor pode acontecer conosco e com aqueles que amamos. Sentir a vida, respirar, relaxar,ter prazer com aquilo que faz, caminhadas na natureza para buscar a integração com a sua essência, procure cultivar esses bons hábitos. Estamos em equilíbrio quando sabemos que as adversidades fazem parte da vida, e assim não nos iludimos tanto. Sabemos que as coisas boas e más fazem parte da vida, então vamos buscar significados em tudo e buscar uma maneira sábia de fazer uma transformação interna.
:: Adriana Splendore é Terapeuta Ortomolecular, Psicanalista transpessoal, Acupunturista e facilitadora dos Florais Brasileiros. Há 10 anos é comunicadora da Rádio Mundial onde tem o programa Equilibrius, todo sábado às 14hs. Agendamento de consultas pelo tel: 11-55392082 -- Adriana Splendore asplendore@terra.com.br
|