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>> Colunistas > Lázaro Freire
Opções universalistas para quem vem do espiritismo Publicado em: 23 de janeiro de 2009, 15:32:36 - Lido 5017 vez(es)
--- Em voadores, Hugo <hugoaap@...> escreveu > ... Quero conhecer mais, aprender mais, e evoluir muito, e pra > isso acho que seria muito bom seguir uma doutrina espiritualista, > ter algo para frequentar, enfim, uma religião mesmo. > Sei que o melhor pra mim será o que me faça sentir mais satisfeito, > mas quero saber sobre as opniões de vocês, as experiências, enfim.
Quando eu saí do espiritismo (eu o adorava, e queria ajudar a expandí-lo como previa Kardec, mas minhas idéias ficaram "hereges" demais para os doutores da Lei da Federação), senti muita falta não da doutrina, mas da PRÁTICA bioenergética e mediúnica regular; bem como da responsabilidade assistencialista PRÁTICA. Muitos grupos preferem deixar o assistencialismo apenas para o lado "espiritual", que é importantíssimo sim no "também", e não no "ao invés de", para não se tornar comodismo e isenção.
Outra opção bem mais brasileira é a umbanda, universalista por definição. É a única religião que conheço que aceita índio, preto, puta, padre, criança, hindu, cigano, caboclo, doutor, iletrado, baiano, e qualquer outro espírito encarnado ou desencarnado, no céu ou do umbral, que chegar ali de coração limpo e com boa vontade pra trabalhar. Além do mais, se o espiritismo brasileiro (chiquismo federativo) é um sincretismo não assumido do catolicismo, a Umbanda não tem essa frecura pseudo-purista: Ela assume não só o sincretismo com o catolicismo, como também com o candomblé, com a magia e com o próprio espiritismo; e mais recentemente, com o hinduismo e ocultismo! Muito bom E sendo assumidamente sincrética, tem liberdade para extrair à vontade o que achar melhor de cada um. Universalismo e ecumenismo na prática.
Mas ela também tem suas limitações e dificuldades. Uma delas é que, não havendo um corpo federativo (ainda bem), isso também implica em casas muito mais heterogêneas, grandes qualidades aliadas a grandes efeitos (às vezes na mesma casa), muito mais dependente da autoridade moral e liderança de cada dirigente, e uma preponderância do estilo de algumas entidades e seus médiuns (o que pode ser um auxílio ou um entrave).
Se o objetivo de frequência é mais o de fazer práticas do que se submeter a uma doutrina e disciplina, aí então há outras opções, como praticar Yoga... Ou até mesmo fazer Aikido (não é religioso, mas não deixa de ser bioenergético e "espiritual", no melhor sentido da palavra).
Há também grupos esotéricos e/ou neo-ufológicos (estilo "fraternidade branca") e de neo-ciganos que também lidam com práticas semelhantes, não raro mediúnicas e reencarnacionistas. Em geral, exigem um pouco mais de discernimento, especialmente a primeira. O segredo é não fechar pacote, manter o senso crítico, especialmente em relação a crendices, mitos e animismos, um pouco mais presentes que a média, ali. Feito isso, há muita coisa boa lá também.
Aqui em São Paulo, há a opção mais indicada de se frequentar DIRETAMENTE um grupo espiritualista universalista, como o IPPB (http://www.ippb.org.br), que reune pessoas que em outros dias também vão, de acordo com seu caminho atual, em hinduismo, ou espiritismo, ou umbanda, um ufologia mística, ou catolicismo, ou memso lugar algum. A vantagem de grupos assim é que eles são PARALELOS à religião de cada um, mas também podendo se tornar a meta-religião da pessoa. Já corri o Brasil com cursos, pesquisei também várias áreas do conhecimento, e não há grupo como o do IPPB. Tem seus problemas e limites de abordagem como qualquer agrupamento humano, mas não perde a sintonia, e reune um time de colaboradores que não tem histórico no espiritualismo universalista, nem mesmo fora do Brasil. Particularmente, gosto também de vertentes da boa bruxaria, mas aí vale a esma recomendação da umbanda, vezes 10. Para quem tem a sorte de morar em Salvador, lá há a Casa Telucama de Bruxaria Tradicional, sensacional, seríssima, a primeira do Brasil, que tem algumas sacerdotizas e bruxas que assinam a voadores. Para quem está no interior, sem possibilidade de frequentar um grupo de egrégora mais forte e universalista, penso que a filiação a ordens mais tradicionais (como a Rosa Cruz Amorc ou boas lojas de maçonaria) possam ser boas opções, uma vez que ambas tem estrutura universalista, mas ambas ajudam a desenvolver um certo senso crítico e filosófico em relação às demais estruturas ditas espirituais.
Enfim, depende muito de onde você está, de quais os seus caminhos, de qual sua disciplina, de seu grau de questionamento, e, acima de tudo, do que REALMENTE busca dentro de um grupo espiritual (doutrina? práticas? assistencialismo? fenômeno? sintonia? sociabilidade? leituras? cursos? contato com o lado de lá? amigos? afinidades?), pois para cada uma dessas coisas há boas outras opções, sem tanta necessidade de se pagar pedágios conscienciais quando/se quiser mais.
Láz http://www.voadores.com.br/lazaro
-- Lázaro Freire lazarofreire@voadores.com.br
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